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Escritor inglês anuncia a própria morte no twitter

Publicado 13 mars 2015 per Andrea Rego  • 2 449 visualizações

Foi às 16 horas desta quinta-feira 12, num tweet sem ambiguidade, que os fãs de sua obra souberam da morte do escritor inglês Terry Pratchett. Ele tinha 66 anos e escreveu perto de 70 livros. “Finalmente, senhor Terry, nos devemos andar juntos”, reproduziu em letras maiúsculas frase recorrente de seus romances, para anunciar a própria morte.
O escritor sofria de uma forma rara de Alzheimer e nos últimos anos deu várias conferências sobre o direito à eutanásia. Também havia participado de uma série da BBC sobre a questão, acompanhado notadamente de varias pessoas da Suíça que desejavam morrer.
Segundo o site do jornal Le Monde, ele descobriu, em 2007, a doença neurodegenerativa para a qual não existe nenhum tratamento. Foi quando decidiu fazer o que chamava de « coming out” – revelar publicamente sua doença – a fim de sensibilizar o grande público.

Apaixonado pelas palavras

O primeiro ministro britânico David Cameron saudou, neste 12 de março, a memória de um homem “dos livros que inflamaram a imaginação de milhões de leitores e que manteve sem trégua campanha para o reconhecimento das doenças degenerativas”. A conta do Twitter de Terry Pratchett anunciou sua morte na voz da Morte, uma personagem recorrente de seus romances.
O jornal francês relata que ele começou sua carreira como jornalista para um cotidiano local, mas havia trabalhado vários anos como responsável da comunicação para uma central nuclear. “Apaixonado pelas palavras, os dicionários, as enciclopédias, este admirador de Tolkien – que ele descobriu muito jovem quase por azar – poderia ter sido linguístico. Mas o leitor compulsivo, que, adolescente, esvaziava os sebos, finalmente tornou-se escritor”, disse o Le Monde.

Fantasia humorística

Seu primeiro romance A Oitava cor (1983), conhece um sucesso relativo, Terry faz os seus cálculos e deixa o trabalho de comunicador, para se tornar escritor em tempo integral. Ele publicará pelo menos um romance por ano, a maior parte situado num mesmo universo: o Disque-Mundo, diz ainda a matéria do jornal francês.
Os romances de “fantasia humorística” tiveram imenso sucesso no Reino Unido, onde ele vendia 2,5 milhoes de livros a cada ano. Somente a autora de Harry Potter, J. K. Rowling o ultrapassava na classificação dos melhores livros.

« Um escritor deve ler até a saturação »

Terry Pratchett dizia que um escritor deve ler enormemente, quer seja no seu gênero literário ou fora dele, até a saturação. Para ele, escrever é um trabalho difícil, para o qual se deve fazer da gramática, da pontuação e da ortografia uma parte de sua vida. O escritor considerava a retribuição financeira como uma consequência inevitável, mais que uma razão de seu trabalho. Em 2010, suas vendas total bateram a barra de 65 milhões de exemplares.
Numerosos autores renderam homenagens a Terry Pratchett. No twitter, os internautas endereçaram suas condolências à sua filha de 38 anos, Rhianna Pratchett, cenarista de vídeos games, que agradeceu. Um pouco mais tarde ela escrevia « às lágrimas e com as mãos trêmulas » »: Terry pegou a morte pelo braço e a seguiu através das portas até o deserto obscuro sob uma noite sem fim ».