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Advogada de 44 anos encarna luta pela independência na Escócia

Publicado 16 novembre 2014 per Andrea Rego  • 2 070 visualizações

Apesar da derrota no combate pela autonomia, os nacionalistas escoceses renasceram. Os decepcionados com o resultado aderiram em massa ao SNP (Partido Nacional Escocês) e o número de filiados passou de 25 mil a 80 mil, em menos de dois meses. Uma benção para Nicola Sturgeon, conduzida à presidência na última terça-feira, por ocasião do congresso do partido em Perth, a antiga capital escocesa. Ela sucede ao carismático Alex Salmond, que deixou o posto no dia seguinte ao referendo. Sturgeon será “coroada”, na próxima semana, chefe do governo regional escocês.
Aos 44 anos, a advogada casada sem filhos, consagrou sua vida à causa nacionalista. Ele adere ao SNP aos 16 anos em reação à Margareth Thatcher. Em 1999, é eleita a Glasgow na primeira assembléia do Parlamento escocês recém criado. Em 2004, decide se apresentar à presidência do partido, quando Alex Salmond, que já tinha dirigido de 1997 à 2000, faz um retorno surpresa.
Ofuscada pelo mentor, Sturgeon esperou pacientemente sua hora dez anos depois. “Muito popular, notadamente dentro do eleitorado feminino, mas menos capaz para a estratégia que o seu predecessor, ela vai trazer um novo estilo de liderança, menos nebuloso, menos oportunista e mais sinceramente ancorada à esquerda”, descreve Davi Torrance, biógrafo dos dois lideres escoceses.
Nao é certo, portanto, que Alex Salmond pare de lhe fazer sombra. Ele mantém o suspense sobre sua candidatura ao Parlamento britânico em maio próximo, onde poderá continuar a encarnar a causa nacionalista.
Insuflados pela retomada da mobilização popular, os nacionalistas deverão fazer um “rombo” nessas eleições nacionais. Eles poderão, segundo as pesquisas, “roubar” os dois terços das circunscrições escocesas, em detrimento do Labor, seu principal adversário. O que poderá  colocar o partido em condição de árbitros na formação de um governo em Londres. Surfando nesse ventos favoráveis, eles deverão em seguida validar a maioria quando das eleições do Parlamento escocês em 2016.
Dentro das suas prioridades, Nicola Sturgeon deve estar atenta ao respeito das promessas de Londres de descentralizar mais poderes, notadamente financeiros e fiscais ao governo de Edimburgo. Ela preveniu aos partidos britânicos que “se eles querem frear a exigência crescente de um novo referendo, devem dar a integralidade dos poderes prometidos”. Então que o referendo de setembro suponha definir a questão da independência por uma geração, ela poderá se colocar de novo mais cedo. Ainda mais se um governo conservador leve o Reino Unido para a saída da União Européia, pretexto ideal para exigir une nova consulta de autodeterminação.
Apesar da mudança nas cabeças, a direção do SNP não perde de vista seu objetivo: “Eu acredito hoje mais forte que jamais que seremos independentes”, proclama Nicola Sturgeon ao assumir suas funções. Os nacionalistas visam sobre a evolução rápida de opinião. Segundo uma sondagem publicada no inicio de novembro, 52% dos escoceses se dizem a partir de agora favoráveis à independência.