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Extrema direita provoca crise política na Suécia

Publicado 3 décembre 2014 per Andrea Rego  • 2 298 visualizações

Um golpe político e o anúncio da antecipação das legislativas desencadearem uma crise inédita na Suécia, que registra uma taxa de desemprego elevada e um sufocamento de seu modelo social. O primeiro ministro, Stefan Löfven, confirmou as eleições para o próximo mês de março. Desde 1958, é primeira vez que isso acontece. Na votação do Orçamento, o Partido Social Democrata (PSD) ficou em minoria frente aos democratas, o que provocou um estrago no governo.
“Nos decidimos organizar as legislativas para o dia 22 de março. Eu não tomaria a iniciativa de novas negociações. Isso permitirá aos eleitores mostrar suas escolhas face à nova paisagem politica”, explicou o chefe do governo durante  conferência de imprensa, nesta quarta-feira. Pressionado pela crise politica, ele havia anunciado a decisão de deixar o cargo que ocupa há apenas dois meses. Os partidos de extrema direita alegaram que o governo havia subestimado os gastos com os imigrantes.

Terremoto político

Segundo o jornal francês Le Figaro, o terremoto politico tem a marca dos democratas da Suécia, que terminaram em terceiro lugar nas legislativas de setembro. Depois de algumas semanas, eles insinuaram deixar o governo em minoria por ocasião do voto do Orçamento de 2015, o que se confirmou na ultima terça-feira. No Riksdag (o Parlamento Sueco) a coalisão de esquerda dispõe apenas de uma maioria relativa (138 cadeiras para 349).
O PD exerceu sua influência votando para o Orçamento numa aliança com os quatro partidos de oposição (conservadores, centro agrário, liberais e cristao-democratas), que governou o pais sob o comando de Fredrik Reinfeld de 2006 à 2014. Na Suécia, cada partido em coalisao pode efetivamente apresentar seu próprio orçamento. No total, o Orçamento da oposição de centro direita foi adotado por 182 votos contra 153 do governo.
Nos últimos oito anos em que estiveram no poder, os democratas não mexeram na essência do Estado providência, que repousa numa forte flexibilidade do trabalho, um sistema sólido de ajudas sociais e de cobertura ao setor privado, mas tornaram o sistema menos generoso em relação aos inativos . O governo Reinfeld notadamente endureceu a política de seguro desemprego e cortou certas ajudas sociais.

Imigração

Os democratas justificaram o voto em desacordo com os custos ligados ao acolhimento dos imigrantes, estimando que as despesas contidas no projeto estavam subestimadas por causa do numero crescente de refugiados (aproximadamente 800 mil em 2014) recebidos pela Suécia. No pais, a imigração de massa é um fenômeno recente e em pleno expansão.
Mesmo se o resultado das legislativas de março não confirmar um cenário diferente de setembro, os sociais democratas devem continuar numa posição desfavorável. Pesquisa do Instituto Skop, publicada na semana passada, mostrou que os eleitores suecos dão pouco crédito ao governo. Antes da crise, entre 4 e 20 de novembro, 43% opinaram que o centro direita teria melhor desempenho, contra 25% que disseram que eles fariam pior.

 Modelo social e desemprego

Se o jogo é menos econômico, já que a Suécia comemora um crescimento previsto de 2,1% este ano e 3% em 2015, tem as finanças públicas saneadas com um deficit  à 2,2 du PIB e uma divida pequena, o crescimento do desemprego a 8,1% inquieta. O principal desafio do novo governo é justamente o de atacar o desemprego de longa duração, particularmente elevado. »Nosso objetivo é de fazer com que se torne o mais baixo da União Européia,  aproximadamente 4,3% como na Áustria », disse Mikael Damberg, ministro das Empresas e das Inovações ao Le Figaro.
Mas ao que parece a Suécia também não escapa ao fenômeno europeu do crescimento dos extremos, sendo o recente governo  atingido pela onda de descontentamento que explica a ascensão dos partidos populistas, ao destacarem os problemas de integração e as críticas ao modelo social.