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Irmã do primeiro-ministro francês faz livro contando « inferno » com drogas

Publicado 12 mai 2015 per Andrea Rego  • 3 147 visualizações

A história se manteve desconhecida do grande público por quase três décadas, até que Giovanna Valls Galfetti resolveu contar sua “descida aos infernos” por causa das drogas. Este seria apenas mais um drama comum à tantas familias, não fosse ela a irmã do primeiro-ministro francês, Manuel Valls. Giovanna acaba de lançar, na França, o livro Acrochée à la Vie, journal d’une renaissance (Agarrada à vida, diário de um renascimento), onde faz um relato emocionante de sua experiência como viciada em heroína e cocaina e de como se curou da dependência na floresta Amazônica.

Como toda tragédia que se preza, tudo começou com um grande amor perdido. Era 1984, a heroína corria solta em Paris, quando Giovana Valls Galfetti aspira a primeira fileira do pô branco. Em pouco tempo, ela se transforma na sombra de si mesma. “Eu parei de me amar, era incapaz de me olhar no espelho todos os dias. A gente se torna uma espécie de pano de chão”, disse.
Para se livrar do vício, decide então deixar Paris e morar em Barcelona, cidade onde nasceu e viveu os primeiros anos com os pais e o irmão. Num primeiro momento em vão, até que pouco a pouco ela consegue superar a dependência. Quinze anos mais tarde, novamente o fundo do poço. Giovanna se envolve com um alcoólatra violento. Face aos golpes e aos insultos, ela reincide. A droga da vez: cocaina.

O apoio da família

O pior ainda  estava por vir. Em seguida a uma overdose em 1998, Giovanna descobre que é portadora do virus HIV e da hepatite C. Aos 40 anos, ela pesa 35 quilos e alterna roubos com prisões e tentativas de suicidio. Apesar de tudo, a família não a abandona um só instante.
Enquanto ela segue seu percurso caótico, o irmão político trilha o caminho que o levaria ao Palácio de Matignon. Mas telefona todos os dias à mãe para saber de Giovanna. “Meu irmão sempre soube o que estava acontecendo. Ele esteve sempre ao meu lado”, garante.
Manuel Valls também não negou apoio à publicação da autobiografia escrita em catalão e lançada primeiramente na Espanha, em 2013. “Ele disse: é uma bela história, você deve continuar a escrever e tentar publicar”, contou Giovanna.

A cura com Ayahuasca

Depois de sete meses de um programa bem sucedido para se curar da hepatite C, em Barcelona, um amigo falou de um tratamento no Brasil, à base de ayahuasca. Giovanna Valls Galfetti nao pensou duas vezes e partiu ao encontro da bebida utilizada desde os primórdios pelos índios, por suas propriedades terapêuticas.
Na companhia de seu médico, ela conta que enfrentou 18 horas de barco para chegar finalmente à uma comunidade perdida no meio da floresta. “É um produto muito forte, que não é adaptado a todo mundo e pode ser perigoso se seu uso não for enquadrado por um médico. O psiquiatra José Maria Fàbregas havia descoberto que essa bebida era eficaz para tratar dependentes químicos. Graças a ele, eu me tratei”, explicou à versão francesa da revista Elle.
“A ayahuasca permitiu me reencontrar face a mim mesma, reviver minhas sensações de falta, de olhar a morte de cara. E sobretudo de me pedir perdão e de me fazer perdoar pelos meus, por ter me maltratado tanto tempo. É como uma terapia alternativa, a gente vomita, a gente chora, lambe suas feridas e sai vazia, mas limpa”.