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Proposta de grupo ecologista contra imigração é rejeitada na Suiça

Publicado 2 décembre 2014 per Andrea Rego  • 1 902 visualizações

A pretexto da sustentabilidade ambiental, o grupo Ecopop (Ecologia e população) da Suíça, apresentou projeto popular limitando em 0,2% a entrada de novos estrangeiros no país. A proposta foi rejeitada por 74% dos suíços que compareceram às urnas, vantagem superior aos 39% apontados nas ultimas sondagens. « Alto à superpopulação » foi o nome que o grupo escolheu para sensibilizar os suíços.
O resultado agradou o governo, os empresários, os sindicatos e representou um alivio especialmente para os imigrantes – em sua maioria europeus – que têm intenção de buscar trabalho na Suíça. A economia dos pais depende em grande parte dos estrangeiros para cobrir suas necessidades. Eles representam 23,5% da população.
A proposta estabelecia uma cota de entradas, limitando em menos de 17.000 trabalhadores novos por ano. Em 2013, 88.000 entraram no pais. Com o desemprego em 3% e um crescimento econômico de 2%, a Suíça não parece ter problemas de absorção de mão de obra, ainda que o aumento de ritmo de entradas e os problemas de infraestrutura provocados em alguns territórios tenham elevado o nível de preocupação da população.

Controle da natalidade nos paises pobres

A organização pedia ainda que a Suíça destinasse pelo menos 10% de sua ajuda ao desenvolvimento para financiar projetos de controle de natalidade em países pobres. O motivo era que o desenvolvimento sustentável não é possível com um aumento contínuo da população.
A mensagem das urnas acontece quase 10 meses depois de os suíços terem obrigado o Governo, por uma maioria apertada de 50,3%, a mudar as normas que regulamentam a imigração para voltar a estabelecer cotas de estrangeiros em vez da liberdade de circulação que rege agora com a União Europeia, principal sócio da Suíça com 120 acordos firmados.
O Conselho Federal (equivalente ao governo central) trata desde então de negociar com Bruxelas para dar resposta às demandas de seus cidadãos sem romper essa relação de benefício para ambos os blocos. Ate o momento, nenhum projeto foi apresentado nesse sentido, ainda que exista a promessa de fazê-lo antes do fim do ano. As autoridades do país tinham recomendado rejeitar tanto a iniciativa do Ecopop quanto a de fevereiro.

Regime fiscal privilegiado

Alem de rejeitar a proposta contra a imigração, 59% dos suíços disseram não ao projeto para eliminar o acordo fiscal privilegiado que o pais concede aos estrangeiros ricos que fixam residência no pais. Cerca de 6 mil pessoas poderão continuar se beneficiando do regime fiscal favorável.
Os eleitores votaram igualmente contra outra iniciativa para obrigar o banco central suíço a manter 20% de suas reservas em ouro, quantidade que representa o dobro da atual e que pretendia dar maior estabilidade ao setor financeiro, ainda que custe impor medidas rígidas. No total, 49% dos suíços com direito a voto compareceram às urnas neste domingo.

Livre circulação

O resultado foi festejado pela imprensa local. Segundo o jornal 24 heures, a forte maioria parece ter compreendido que a prosperidade do pais depende largamente da sua abertura econômica. Mas relativiza ao lembrar que os suíços esperam « pacientemente » que o texto aprovado no ultimo mês de fevereiro entre em vigor, em contraposição à pressão imigratória de 2004.
O cotidiano Le Temps, acrescenta que a rejeição não impedirá que Simonetta Sommagura, ministra da Justiça e da Policia, apresente o seu ante-projeto de 9 de fevereiro contra a imigração de massa. O Conselho Federal, ao descartar a proposta do Ecopop, pode se concentrar sobre as suas prioridades: as discussões com a União Européia e o projeto de lei de aplicação do artigo constitucional contra a livre circulação.