Widgetized Section

Go to Admin » Appearance » Widgets » and move Gabfire Widget: Social into that MastheadOverlay zone

Jovens “sem história” sao alvo de jihadistas

Publicado 18 novembre 2014 per Andrea Rego  • 2 627 visualizações

A história de Maxime Hauchard, o francês que aparece no vídeo mostrando a decapitação de 18 soldados do Exército sirio, está longe de ser um caso isolado.
Os números mais recentes mostram que 1.132 jovens, de 18 a 28 anos, estão implicados em alguma filial jihadista. Destes 376 estao na linha de combate, sendo 48 mulheres.
A maioria vem de famílias de ateus e somente 10% possuem um dos avôs imigrante. Um histórico de depressão predomina entre os adolescentes e jovens recrutados pelos jihadistas na França.

Quem é Maxime Hauchard

Um garoto bom e sem história, assim descreveram os vizinhos de Maxime Hauchard, o francês acusado de participar da execução do refém americano Peter Kassag. Ainda sob o choque, eles reconheceram o jovem de 22 anos no vídeo de 15 minutos que mostra a decapitação de pelo menos 18 soldados do Exército sírio.

Maxime morou até os 17 anos em Bosc-Roger-en-Roumais, cidade de 3 mil habitantes, na Normandia, onde levava uma vida ordinária junto aos pais e uma irmã, antes de partir para Mauritânia em 2012, para trabalhar numa escola.
Ate então, era tido como um rapaz normal, que gostava de fazer a festa com os amigos, sem problemas com a policia.
Segundo o canal de televisão BFMTV, da Mauritânia ele tentou seguir para o Mali, onde estava sendo realizada a operação francesa para combater os jihadistas, mas desistiu em função das dificuldades para entrar no pais.
Voltou para casa com uma “grande barba” mas sem despertar maiores suspeitas na cidade.
Os serviços de inteligência do governo francês, no entanto, já sabiam das ligações do jovem normando com os extremistas.
Maxime recebeu educação católica, mas se converteu ao Islã e depois se radicalizou. A internet teria sido o meio utilizado pelos jihadistas para convencê-lo a deixar novamente o pais e viajar para a Síria em 2013.
Em um vídeo, Maxime contou como se transformou num extremista. Tudo teria começando ao assistir a vídeos de jihadistas postados no site Youtube.
Ele diz que após deixar a França, foi encaminhado a uma campo de treinamento na Síria, que abrigava uma quarentena de combatentes “principalmente árabes”, egípicios, marroquinos e algerianos, mas também franceses.

Ingleses

No vídeo que mostra a decapitação de pelo menos 18 homens identificados como pilotos do Exercito sírio, um britânico de 20 anos foi identificado pelo pai, em entrevista ao Daily Mail. Seu nome Nasser Muthana.
Ele estudava medicina e teria ido para Síria, onde encontrou seu irmão mais novo Aseel.
A inteligência britânica estima que mais de 500 cidadãos do país estão envolvidos com extremistas na Síria e, potencialmente, no Iraque. Em toda Europa, chega a 2 mil o número de jovens recrutados por uma das filiais jihadistas.

histórico de depressão

Um documento de 90 paginas do CPDSI, centro que atua com a prevenção de derivas sectárias ligadas ao Isla, foi produzido a partir de informaçoes de 160 familias que foram contactadas depois de fevereiro.
O estudo do CPDSI mostra que o discurso radical toca prioritariamente os jovens fragilizados no plano familiar, oriundos de famílias diversificadas.
Dentre as famílias ouvidas, 8O% se declararam ateus e somente 10% possuem um dos avôs imigrante.
As classes medias são majoritárias (67%), os meios mais populares (16%) e 17% sao de categorias socioprofissionais superiores.
A faixa de idade mais atingida é de 15 a 21 anos (63%) e somente 5% dos jovens cometeram pequenos delitos.
Em compensação 40% dentre eles conheceram uma depressão, o que levou os autores do estudo a admitir a hipótese que “a doutrinaçao funciona mais facilmente sobre os jovens hipersensíveis, que não se questionam sobre o sentido de suas vidas” .