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Participaçao das mulheres na politica francesa ainda é pequena

Publicado 16 novembre 2014 per Andrea Rego  • 2 679 visualizações

A representação das mulheres na politica francesa cresce, mas lentamente. Atualmente, elas são apenas 27% na Assembleia e 22 no Senado. Nas eleições legislativas de 2012, a proporção de mulheres eleitas chegou a 26, 9%, um grande progresso em relação aos 18,5% de 2007. Mas a esse ritmo, em numero de assentos obtidos por elas (+ 48 em relação à ultima legislatura) a paridade na Assembleia somente acontecera em 15 anos.
A historia explica a participação ainda pequena das mulheres. Então que o pais foi um dos primeiros a instaurar o sufrágio universal masculino, foi preciso um longo processo para que o direito fosse estendido ao sexo feminino, o que aconteceu em 1944, quanto finalmente elas puderam votar e ser votadas. Mas esse direito vai ser colocado entre parênteses por muito tempo.

Républica de Machos

A instauração da V Republica, em 1958, quando Charles De Gaule assume a presidência do pais, é marcada por diversos tratados institucionais que constituem uma sorte de “Republica de Machos”. A regra da incompatibilidade entre função governamental e parlamentar, conduz a elite administrativa a ocupar os postos chaves do governo, maioria tecnocratas saídos da L’ENA – Escola Nacional de Administração, que se transforma numa espécie de “escola do Poder”. Bem que mista desde a sua criação em 1945, ela segue eminentemente masculina até hoje, com apenas 30 % de mulheres entre os seus alunos.

Segundo escalão

Duas décadas depois, o presidente Valery Giscard D’estaing’ é o primeiro a “feminilizar” o poder, com a nomeação de 6 ministras. Em sete anos, elas ocupam 21 postos, mas a maioria no segundo escalão. Com o fim da regra da incompatibilidade, as mulheres correm atrás do prejuízo e se lançam na corrida eleitoral, mas o caminho é espinhoso e elas sofrem uma forte oposição dos homens, que as acusam de tentar usurpar o poder. Em 78, elas representam apenas 2% na Assembleia Nacional e não ultrapassam os 10% das candidaturas.

Virando o jogo

O jogo começa de fato a virar quando François Miterrand assume o poder, em 1981. O socialista cria o ministério dos Direitos das Mulheres e reserva a elas ministérios importantes, entre os quais o das Finanças, e nomeia Edith Cresson para o cargo de primeiro-ministro, permanecendo até hoje a única mulher a ocupar o posto, na França. Diplomadas, saídas das grandes escolas, elas mostram habilidade politica e se lançam na corrida eleitoral.
Ségolène Royal, atual ministra da Ecologia, é a primeira mulher a disputar a presidência da Republica em 2006, saindo derrotada por Nicolas Sarkozy. Ele mesmo reserva às mulheres uma parte importante de seu governo, com destaque para a nomeação de Cristine Lagard para o ministério das finanças.

Paridade

Nas eleições seguintes, é a vez de Martine Aubry disputar as prévias no Partido Socialista contra o atual presidente François Hollande, que honra uma promessa de campanha e estabelece a paridade entre homens e mulheres em seu ministério.
E é incontestável que, pouco a pouco, elas ganham cada vez mais espaços. As ultimas eleições para prefeitura de Paris foi dominada pelas mulheres, saindo vencedora a socialista Anne Hidalgo. Mas até hoje jamais uma mulher chegou à presidência da republica neste pais.