Widgetized Section

Go to Admin » Appearance » Widgets » and move Gabfire Widget: Social into that MastheadOverlay zone

Economista autor de best-seller comemora vitória do Syriza

Publicado 27 janvier 2015 per Andrea Rego  • 2 457 visualizações

Na contramão das previsões mais alarmistas, Thomas Piketty, autor do best-seller « Capital au XXI siècle » e um dos economistas mais premiados da Europa, comemorou a vitória do partido da esquerda radical Syriza, na Grécia. Segundo ele, a politica de austeridade imposta à Grécia e à zona euro é uma “catástrofe”. Piketty disse que os gregos precisavam de um choque desse tipo já em 2012, quando o país teve a oportunidade de virar o jogo, após três anos de recessão.
O partido Novo Democracia, do primeiro ministro Antonis Samaras, vitorioso sobre o Syriza em 2012, saiu das eleições do último domingo largamente derrotado. Depois de um tratamento de austeridade que levou o país a registrar um taxa de desemprego de 61,4% entre os jovens de menos de 25 anos, ele obteve apenas 76 cadeiras no Parlamento contra 149 do partido do líder Alexis Tsipras.
“Eu pensei já em 2012, quando das precedentes eleições gregas, que precisava ter um choque desse tipo. O tratamento de austeridade imposto à Grécia e à zona euro no seu conjunto é uma catástrofe: o desemprego explodiu na zona euro, então que ele diminuiu no exterior, nos Estados Unidos, por exemplo”, disse Piketty.

Refundação democrática e imposto comum sobre as empresas

Segundo o economista, é indispensável rever a politica de austeridade para sair da crise. “Nos fizemos más escolhas e a Grécia em particular pagou um preço muito pesado por essas escolhas. É preciso aproveitar esta oportunidade para uma mudança mais global”, disse em entrevista à radio France Inter, na manhã desta segunda-feira (26)
“A iniciativa deve primeiro vir da França, Itália e Espanha. Estes países, com a Grécia, devem colocar sobre a mesa um novo projeto de refundação democrática da zona euro, com um imposto em comum sobre as empresas. Esses impostos, mesmo a França e a Alemanha, não conseguem fazer as multinacionais pagar. Como vocês querem que a Grécia faça isso? A gente é muito hipócrita nas nossas demandas aos gregos e na nossa falta de cooperação com eles”, afirmou ainda.
« Essa refundaçao democrática pode ser feita pela esquerda radical européia, não pela extrema direita, avessa à zona euro e menos capaz ao dialogo”, avaliou Thomas Piketty em entrevista concedida ao « Grand Journal » do Canal Plus, desta segunda-feira.
O economista disse se inquietar com a ameaça das forças de extrema direita em países como a França, por exemplo. E não escondeu a simpatia pelo Podemos, novo partido da esquerda radical apontado como favorito nas eleições deste ano na Espanha.

Solução justa e reorganização da zona euro

“O novo governo estará pronto a colaborar e negociar pela primeira vez com os parceiros uma solução justa, durável, que beneficie a todos, declarou Alexis Tsipras, no domingo, em frente a uma multidão de pessoas. “A Grécia avança com otimismo numa Europa que muda”, disse ainda.
Thomas Piketty faz, portanto, eco ao discurso do líder do Syryza e também não preconiza um afrontamento, mas condições mais justas e prazos mais elásticos para a divida da Grécia. “Apagar a divida seria uma perda certa para os contribuintes da zona europa”, disse.

Veja alguns trechos da entrevista do economista à radio France Inter:

« É preciso recolocar as coisas em perspectiva, Primeiramente a Grécia é 2% do PIB da zona euro. Existe então 98% du PIB que não é grego. Dois: é preciso baixar os juros da divida grega à 1% ou 0%. Nestes últimos anos, a gente fez dinheiro com a divida grega: a gente tomou a 1% para emprestar a 4%,  5%. A gente ganhou dinheiro”.

“A gente tem uma responsabilidade enorme na queda do PIB grego de 25% em cinco anos. Éó uma depressão da amplitude da crise dos anos 1930 na França ou no Reino Unido ».

“A austeridade não serviu a nada do ponto de vista da redução da divida, ao contrario, isso fez mergulhar o PIB, que é muito baixo e, portanto, aumentar o peso da divida ».

“O fato de reduzir fortemente as taxas e de alongar os prazos da divida grega, terá uma combinação de medidas que amortecerá a divida”.

“O problema é global. É preciso um fundo comum onde se coloque todas as dividas públicas, de todos os países europeus, além de 60% do PIB. É esse fundo que a gente reduzirá a zero e que vai colocar em seguida a divida com uma taxa comum. Ela permitiraá ao BCE de ser mais eficaz na sua meta de inflação. As medidas tomadas a alguns dias pelo BCE vão permitir retomar uma inflação de 2%? Não é certo”.

“O que se colocará em comum serão os juros da divida, e é já enorme. A Itália paga a cada ano 5% de seu PIB em juros. Colocar em comum permitirá assim de se proteger contra as crises futuras. Enquanto houver uma moeda única mas 18 dívidas públicas, terá outros pânicos financeiros ».