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Poliamor: desejo poderoso ou um novo modelo familiar?

Publicado 4 novembre 2014 per Andrea Rego  • 2 119 visualizações

 

Eles escolheram não mais se esconder. Acabou a hipocrisia, dizem. Ele ou ela tem um amante e assumem, reivindicam mesmo. São o que eles mesmos chamam de poliamantes. Ou seja, se relacionam com mais de uma pessoa ao mesmo tempo, com o conhecimento do outro.

A grande amante

Saiba que esse modo de vida surpreendente é cada vez mais comum. É o caso da jornalista e escritora francesa, Françoise Simpère, personagem do documentário “A grande Amante”.
Casada há 35 anos e mãe de duas filhas, ela escreveu vários ensaios e dois livros sobre os amores plurais inspirados em sua própria experiência. E Françoise soube desde muito jovem que seria “irrealista” se interessar por um só homem em toda a sua vida.
Já o marido dela, para quem o poliamor era melhor para os homens que para as mulheres, conta que foi preciso um grande caminho feminista para aceitar como totalmente igualitário.

CaféPoli

Outro que conjuga amor ao plural é Gilain Omont, 29 anos, comercial no setor imobiliário. Ele, que jamais conheceu a exclusividade amorosa, entende que o modelo de relacionamento suscita inúmeras questões.
E Foi justamente para responder duvidas que, em 2005, criou o primeiro site francofone para os adeptos e curiosos do poliamor, além de promover a cada mês, em uma cidade diferente, os Café Poli, momento em que compartilham suas vivências.
O próprio Gilain, apesar da escolha refletida , admite que é confrontado a desafios, como administrar o ciume, comum a alguns poliamantes. Mas será que é isso que faz a coisa exitante?

Anos 70

O certo é que os poliamantes de hoje não inventaram nada. Nos anos 70, o amor plural conheceu ilustres representantes: Simone de Beauvoir e Jean Paul Sartre, Elsa Triolet et Louis Aragon.
O amor livre encarnado pelos hippes era então uma maneira de contestar a ordem estabelecida e a moral católica. Hoje em dia essa escolha parece menos politica.

Novo modelo

Na França, onde um casamento entre três termina em divorcio e em 45% dos casos o motivo é o adultério, os poliamantes testam apenas um novo modelo familiar, como a jornalista Metha Tschiteya. Aos 32 anos, ela tem dois amantes: Thomas, o pai da sua criança, e Aurelian, seu outro companheiro com quem planeja mais um filho.
Mas quanto sao eles na França a viver assim, difícil a dizer? Menos de 2 por cento, segundo estimativas.

Autoconfiante e humildade

Uma coisa, porém, é certa, para viver uma relação poliamorosa, sinceridade, honestidade, desapego, coragem e, sobretudo, respeito à individualidade do outro são condições “sine quoi non”.
E por mais paradoxal que seja, cultivar a confiança em si mesmo e a humildade, aceitando o fato de que dificilmente você vai preencher todas as expectativas afetivas, intelectuais e sexuais do outro.

Incredulos e detratores

Mas também não faltam argumentos para os incrédulos e detratores dos amores plurais. Não seria uma necessidade para evitar a ruptura e o abandono? Quem sabe uma falta de maturidade afetiva e de confiança em si ou um desejo poderoso?
Os poliamantes se defendem. Se dizem simplesmente mais felizes, livres e até mais preparados para encarar um eventual fim como algo menos doloroso, complexo e, por vezes, menos trágico.